(Foto: Rádio Amaraji FM 98.5 - Amaraji PE)
papa Francisco e o Patriarca Kirill, líder da Igreja Ortodoxa Russa,
se reunirão em Cuba na próxima semana. Esse pode ser um passo histórico
na restauração entre os ramos ocidental e oriental do cristianismo.
A divisão dos ortodoxos e católicos ocorreu no ano de 1054 e foi
causado por diferenças teológicas e uma disputa de poder entre seus
líderes em Roma e Constantinopla (atual Istambul).
Dia 12 de fevereiro será um passo histórico pois será a primeira vez
na história que se reunirão um papa católico romano e um patriarca
ortodoxo russo para tratar de questões da igreja. Os ortodoxos gregos já
possuem uma relação mais próxima com o Vaticano.
A escolha de Cuba como local de encontro chama atenção. O porta-voz
do Vaticano, padre Federico Lombardi, explicou que o país foi escolhido
por ser considerado um território neutro.
O patriarca Kirill I estará na ilha em visita oficial e depois virá
ao Brasil. Francisco fará uma parada na ilha a caminho de sua visita
oficial ao México.
Pouco conhecidos no Brasil, existem cerca de 250 milhões de ortodoxos
no mundo. A grande maioria, 165 milhões, está na Rússia e países
vizinhos, como a Ucrânia. Os demais são do rito grego, cujo patriarca é
Bartolomeu I.
A aproximação do Vaticano com os ortodoxos é um feito para Francisco.
Desde que assumiu o pontificado ele vem insistindo para uma união das
religiões. Foi lançada uma campanha em 2016 que visa unir todas as
tradições religiosas. O papa afirma que "nesta variedade de religiões, só há uma certeza que temos para todos: somos todos filhos de Deus".
Perseguição teria acelerado processo
Segundo o porta-voz do patriarcado, o genocídio de cristãos cometido
por terroristas apressou este encontro histórico. O Vaticano anunciou
que os líderes terão conversas privadas, seguidas de discursos públicos e
assinatura de uma declaração conjunta sobre a necessidade de maior
unidade entre os cristãos.
Outros papas haviam tentado essa aproximação, mas os ortodoxos russos
sempre insistiram que havia muitas "diferenças" que precisavam ser
resolvidas antes de qualquer reunião de alto nível ser realizada.
O Metropolitano Hilarion, importante liderança ortodoxa, explica o
que mudou: "A situação atual no Oriente Médio, no Norte e Central África
e em algumas outras regiões onde os extremistas realizam um verdadeiro
genocídio da população cristã exige medidas urgentes e uma cooperação
ainda mais estreita entre as Igrejas cristãs. Precisamos colocar as
divergências de lado interno neste momento trágico e juntar esforços".