(Foto: Rádio AmarajiFM 98.5 Mhz- Amaraji PE)
Por determinação da Justiça, a Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) vai abrir uma investigação para apurar a conduta de um major da Polícia Militar que participou da operação para prender os criminosos que explodiram e roubaram a sede da Brinks Segurança e Transporte de Valores, na Zona Oeste do Recife, em fevereiro de 2017. Depoimentos de policiais militares, que só agora vieram à tona, relataram que um fuzil usado pela quadrilha foi apreendido na cena do crime, mas, ao invés de ser isolado e encaminhado para perícia, a arma foi levada pelo major sem autorização.
Os depoimentos com a denúncia constam na sentença do juiz Ivan Alves de Barros, da 8ª Vara Criminal da Capital, que condenou na última quinta-feira cinco criminosos acusados de participação no roubo milionário.
O Ronda JC teve acesso ao que disse os policiais que participaram da operação. Segundo eles, o fuzil AK-47 e muitas munições foram encontrados em dois veículos na Avenida Recife, após o crime. O delegado teria pedido para que o cenário fosse isolado até a chegada do Instituto de Criminalística. Depois, o major chegou e pediu para olhar o fuzil. O delegado não estava mais no local, porém os policiais informaram sobre a proibição. Mesmo assim, um oficial da PM mandou que os policiais mostrassem a arma ao major.
“O major segurou o fuzil e disse: ‘uma arma dessa, eu vou levar para mim'”, relatou o PM ouvido pela Justiça. “O major pegou todo o material e levou. Só no outro dia ele devolveu a arma. Ele disse que tinha pego para ir atrás dos bandidos, mas é mentira porque os bandidos fugiram às quatro da manhã e o major levou a arma depois das oito horas.”
O depoimento revelou outra grave denúncia: “o material que foi apresentado à imprensa não foi nem um terço do material que o major levou”.
No pedido de investigação, o juiz Ivan Alves de Barros determinou que os depoimentos dos policiais também sejam encaminhados ao promotor de Justiça Militar para que ele acompanhe a investigação feita pela Corregedoria da SDS. O Ronda JC entrou em contato com a assessoria da SDS na sexta-feira (21), mas ainda não teve resposta.