(Foto: Rádio AmarajiFM 98.5 Mhz- Amaraji PE)
Dos 42.485 homicídios registrados em Pernambuco entre 2006 e 2016, mais de metade (24.181) foi de jovens entre 15 e 29 anos. Os números colocam o Estado em quinto lugar no País no que se refere a assassinatos de jovens e em sexto em termos de homicídios em geral, no Atlas da Violência 2018, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e divulgado nesta terça. Para se ter uma ideia, só a quantidade de mortes de jovens é equivalente ao extermínio das populações de Fernando de Noronha, Ingazeira, Itacuruba, Calumbi e Solidão.
No que se refere a homicídios de jovens, a taxa ficou em 105,4 por grupo de 100 mil no Estado, quando o índice nacional foi de 65,5. E ela pula para 200,5 por 100 mil quando se fala em jovens do sexo masculino, cuja taxa nacional foi de 122,6. O número de jovens mortos havia caído entre 2009 e 2014 em Pernambuco, mas voltou a subir em 17,2% entre 2015 e 2016.
"Os últimos dados apontam para a consolidação da exaustão do programa Pacto pela Vida, que contribuiu para a queda consistente das taxas de homicídios em Pernambuco entre 2007 e 2013. Nos últimos três anos analisados, o crescimento das mortes foi de 39,3%", registra o documento.
NEGROS E MULHERES
Embora a taxa de homicídios de negros no Estado tenha apresentado uma queda de 16,2% em 2016 em relação a 2006 (e um aumento de 12% entre 2015 e 2016), ela foi altíssima: 60,4 por 100 mil habitantes, também acima da nacional, de 40,2%, que cresceu 23,1% em comparação a 2006 (32,7). Já entre pessoas não negras, a taxa subiu 42,7% no Estado, passando de 12,5 por 100 mil habitantes para 17,8.
O número de mulheres mortas passou de 310 em 2006 para 282 em 2016, uma redução de 9%. Mas há crescimento de 21% sobre 2015 (233). Já entre mulheres negras houve um aumento de 13,6% na taxa de homicídio em 11 anos e de 28,8% nos últimos dois anos de análise.