O presidente do Sindicato de Combustíveis de Pernambuco (Sindicombustíveis), Alfredo Pinheiro Ramos, negou as acusações de formação de cartel por parte da entidade. Ele deu uma entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (15) na sede do sindicato, no bairro do Prado, Zona Oeste do Recife. A entidade foi alvo da "Operação Funil", deflagrada na manhã de hoje pela Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), e que prendeu três funcionários do sindicato.
Ao ser questionado sobre a existência de cartel nos postos de combustível em Pernambuco, Ramos respondeu que "o sindicato não orienta nenhum revendedor em relação a preço de combustível" e que "tem como provar" a ausência da prática. O presidente afirmou que os preços que os revendedores compram combustíveis são públicos, disponíveis no site de Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), e que a quantidade de impostos cobrados nessa compra é que encarece o produto na bomba, para o consumidor final.
"Pernambuco tem um dos menores valores cobrados em combustível no Brasil", afirmou. Sobre os "preços iguais" nos postos, Ramos replicou que os lucros dos donos de postos são na base de centavos, e que "cartel pressupõe alta lucratividade". O presidente do sindicato afirmou desconhecer o processo do qual a entidade está sendo acusada e que "a imputação do crime é antecipada à nossa defesa". Reclamou que o único ramo que precisa divulgar publicamente os seus preços na internet e que "a sociedade tem uma visão muito ruim" da categoria.
Ramos afirmou que os três funcionários do sindicato presos na operação são do "carrinho de qualidade", um "serviço prestado à sociedade" oferecido pelo sindicato. Segundo seu relato, os três presos iam nos postos testando a qualidade do produto vendido e orientando os postos sobre a legislação e demais serviços para regularizar a venda de combustíveis em Pernambuco.