Domingo, 22 de Dezembro de 2024

Brasil

Publicada em 27/07/17 às 08:10h - 679 visualizações
Prefeitura de Gravatá é acusada de superfaturar contrato de merenda escolar

Rádio AmarajiFM 98.5 Mhz- Amaraji PE

 (Foto: Rádio AmarajiFM 98.5 Mhz- Amaraji PE)

Blog da Folha PE

Um dia após a Polícia Civil escancarar uma rede de negócios de fachada, responsável por fraudes licitatórias em várias cidades, servidores municipais de Gravatá apresentaram denúncia contra a prefeitura ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e à Polícia Civil do Estado. A administração é acusada de superfaturar um contrato de merenda escolar no valor de R$ 1.675.515,30 com a WJR Comercial, tida como líder do grupo de empresas investigadas na Operação Comunheiro II. Como a operação não pôde avançar, devido à gravidade dos ilícitos cometidos, chegando só a nove prefeituras, suspeita-se que dezenas de cidades ainda sejam alvos das fraudes.

A WJR venceu a licitação em fevereiro deste ano, disputando com as empresas Neomax e MegaFácil, também denunciadas na operação. Como o município de Gravatá está em situação de emergência, por conta da seca, o processo licitatório foi dispensado e a WJR Comercial foi contemplada. Segundo o portal Tome Conta, do Tribunal de Contas (TCE-PE), o processo é para o fornecimento de gêneros alimentícios.

Marcelo de Brito, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Gravatá (Sindsgra), protocolou ontem um ofício informando a suspeita de superfaturamento no MPPE e na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Administração e Serviços Públicos, responsável pela operação Comunheiro II. A licitação foi homologada em 22 de fevereiro de 2017 e tem as assinaturas da secretária de Educação, Ana Patrícia de Andrade Alves, e do sócio da WJR, Reginaldo de Almeida Barros Júnior, que se encontra em prisão temporária.

No documento, o Sindsgra analisa 18 dos 141 itens da licitação e verifica uma diferença de cerca de R$ 20 mil nos materiais pesquisados em três estabelecimentos da própria cidade, a preço de varejo. Entre os itens licitados, a WJR fornece o quilo de chambaril a R$ 27 e os servidores encontraram o mesmo produto por R$ 9,99. A aveia em flocos foi fornecida a R$ 5,04 e o mesmo produto foi achado a R$ 2,39.

"A WJR está passando alguns itens com valor de 100% acima do valor de mercado e alguns itens que constam na licitação não estão presentes na alimentação escolar, conforme relato de alguns servidores da educação. Nós não recebemos chambaril, nem queijo coalho, que consta na lista da licitação", explica Brito. O prefeito Joaquim Neto (PSDB) não foi encontrado para comentar a denúncia dos servidores.




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