s prefeituras de 27 cidades que tiveram situação de emergência decretada pelo governo de Pernambuco por causa das chuvas e enchentes registradas no fim de maio e no início deste mês devem cancelar os festejos juninos para evitar o uso desnecessário e indevido de recursos públicos. Essa recomendação foi feita pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe). Até esta quinta-feira (8), confirmaram a suspensão das festividades Rio Formoso , Ribeirãoe Barreiros, na Zona da Mata Sul.
No estado, seis pessoas morreram: duas no Recife, duas em Caruaru e duas em Lagoa dos Gatos, no Agreste. De acordo com o balanço divulgado pelo governo do estado, nesta quinta, Pernambuco registra 3.296 pessoas abrigadas em prédios públicos e 36.008 deslocadas para residências de parentes e vizinhos. Ao todo, são 39.304 moradores afetados pelas enchentes e chuvas.
A recomendação do Ministério Público foi feita na quarta-feira (7), durante reunião realizada pelo procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Francisco Dirceu Barros, com gestores das cidades atingidas. Segundo ele, o estado de emergência não é um salvo conduto para o gasto desenfreado de dinheiro público.
Para Barros, não faz sentido um município solicitar recursos federais e estaduais, ter centenas de pessoas desalojadas e realizar festa. Quem descumprir a recomendação, terá que explicar ao MPPE.
"Precisamos deixar bem claro: o Ministério Públiuco não proíbe as festas. Se um particular quiser promover eventos, terá todo o direito. O que não podemos admitir é uma prefeitura de cidade realizar São João depois de ter pedido verba estadual e federal para ajudar deabrigados. Quem fizer isso, vai ter que responder por improbidade e até por crime", declarou Barros.
O presidente da Associação Municipalista de Pernambuco, José Patriota, reforçou a recomendação para o cancelamento das festas. Embora reconheça a importância das comemorações para a cadeia produtiva nas cidades do interior, ele afirma que não há como realizar eventos com custos elevados.Patriota salienta que cidades em situação de emergência ou com salários de servidores atrasados não deverão fazer festas. "Sabemos que é tradição e que as festas movimentam a economia. Mas as prefeituras têm que evitar esses gastos", declarou.
Por G1 PE