(Foto: Rádio AmarajiFM 98.5 Mhz- Amaraji PE)
No mês de março de 2017, foram registrados 549 homicídios em Pernambuco e no mês de abril foram 514. Se comparado ao mês de abril de 2016, quando 354 pessoas foram mortas, foram 190 homicídios a mais num período de 30 dias. A redução de 6,4% em abril ante março de 2017 é um sucesso, segundo avaliação do secretário de Defesa Social (SDS), Ângelo Gioia, que fez a apresentação dos números, nesta segunda-feira (15), durante coletiva de imprensa.
Esse é segundo mês, desde da instituição do programa Pacto pela Vida (PPV), em 2007, que o número de homicídios passa dos 500. O dado é alarmante. Em quatro meses, 2.037 pessoas foram mortas em Pernambuco e 641 mulheres, crianças e adolescentes, estupradas. A média é de 509,25 homicídios e 160,25 estupros por mês.
Num comparativo anual, os números assustam ainda mais. De janeiro a abril de 2015, 1.307 pessoas foram assassinadas. No mesmo período de 2016, o número já havia aumentado: foram 1.410 mortes violentas. Agora, de acordo com o novo balanço, de janeiro a abril de 2017, Pernambuco registrou 2.037 homicídios. O aumento é de 44,4% em relação ao ano passado e de 54,8% em comparação ao ano de 2015.
Defesa do PPV
O secretário de Defesa Social, no entanto, mantém a tese de que o Pacto pela Vida é um sucesso e disse que não trabalha com comparativos anuais, mas sim ao mês. "Temos o que comemorar porque o Pacto é uma construção da sociedade civil que trouxe bons frutos ao Estado de Pernambuco, no início da sua constituição", disse. "Os números que apresentamos hoje são a prova cabal de que o Pacto tem tudo para continuar trazendo segurança e bem-estar para a população de Pernambuco", avaliou. Apesar da redução de março para abril, a média, no entanto, permanece a mesma: são 17 mortes por dia, já que o primeiro mês tem 30 dias e o segundo mês 31.
MOTIVAÇÃO
Pela primeira vez, a SDS apresentou um quadro com motivação dos assassinatos indicando que 58% dos registrados em abril (298) tiveram relação com a prática de crimes. Apesar de alegar que os novos dados vão ajudar a debater questões como o tráfico de drogas e a alta participação de egressos do sistema prisional, não foram apresentados detalhes específicos sobre esses crimes. "Vamos fazer um recorte mais fatiado no próximo balanço".
No pequeno recorte feito, o crime de proximidade, como a briga entre vizinhos, ficou em segundo lugar, com 85 mortes (16,5%). Outras 24 (4,7%) foram latrocínio (roubo seguido de morte); 19 (3,7%) decorrentes de conflitos afetivos ou familiares; 16 (3,1%) foram por legítima defesa e 10, feminicídio (crime de gênero). Um total de 46 assassinatos ainda não tiveram definição e 16, outras motivações. Segundo Gioia, os detalhes estão sendo discutidos nas reuniões do Pacto pela Vida, que completou dez anos este mês. Mas ele não soube precisar nenhuma outra ação para combater a criminalidade que não seja a força policial.
Do total de mortes no mês, 303 foram no interior, 139 na Região Metropolitana do Recife e 72 na capital. Já os municípios com mais mortes são Recife (312), Jaboatão (149) e Caruaru (101).