Secretaria Estadual de Saúde (SES) revelou, nesta segunda-feira (15), um aumento no número de casos de sífilis em Pernambuco. Quando comparados os dados de 2016 com 2014, o aumento foi de 414,02%. A forma adquirida da doença foi a que mais apresentou crescimento no ano passado.
Em 2016, foram 2.565 casos de sífilis contra 1.260 em 2015 e 499 em 2014. Já a congênita, foram 1.418 casos em 2016, 1.313 em 2015 e 1.280 em 2014. Quanto à doença nas gestantes, foram 935 ocorrências em 2016, 858 em 2015 e 799 em 2014.
Para o coordenador estadual do Programa de Infecções Sexualmente Transmissíveis, François Figueiroa, Pernambuco está inserido num quadro de epidemia nacional. Para tentar barrar o crescimento da doença e tratar a população, a pasta realiza um esforço coletivo para implementar o teste rápido de sífilis em todas as unidades de saúde do estado, segundo ele.
"Esse teste ainda está centralizado. Ele tem que estar mais próximo da população. Estamos treinando e vamos colocar técnicos para executar esses testes em todas as unidades de saúde. Acredito que a gente focou na preservação da doença no pré-natal e esqueceu da população em geral. Precisamos englobar todos", pontuou.
A maior incidência da forma adquirida ocorreu, de acordo com os dados da SES, entre homens (34,2%) e mulheres (30,5%) na faixa etária dos 20 aos 29 anos. São 832 pessoas contaminadas nessa idade. Ao todo, o estado registrou 1.344 homens infectados e 1.221 mulheres com idades a partir dos 10 anos, em 2016.
Entre os municípios que concentram 80% da carga de doença para sífilis adquirida, Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, apresentou 649 casos (25,3%) em 2016. O município fica na frente da capital pernambucana, que registrou, no ano passado, o total de 224 casos (8,7%).
"Sífilis é uma doença silenciosa. Não é olhando para a pessoa que você sabe se ela tem ou não a doença. Geralmente, a pessoa tem uma ferida pequena que vem e some sem tratamento, ela nem percebe. Por isso, é importante se proteger e fazer o teste rápido. O diagnóstico é fácil e a doença é curável. Porém, é preciso tomar cuidado porque na gravidez, por exemplo, pode causar malformação do feto, aborto, ou ele nascer morto ou com sífilis", concluiu o coordenador.