(Foto: Rádio AmarajiFM 98.5 Mhz- Amaraji PE)
Foi publicado no Diário Oficial de Pernambuco da quarta-feira (3), pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), o edital de licitação para a retomada das obras da URSA-2, uma das cinco unidades prisionais que compõem o Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga (CIR), na Zona da Mata Norte do Estado. A expectativa é que a assinatura do contrato com a nova empresa seja realizado no prazo de dois meses o funcionamento da unidade deverá ser iniciado ainda no final do primeiro semestre de 2018. O custo estimado para a conclusão da URSA-2, que já tem mais de 60% das obras acabadas, é de aproximadamente R$ 15 milhões.
A bancada pernambucana no Congresso Nacional, por unanimidade, alocou recursos na ordem de R$ 60 milhões destinados ao CIR. "Os recursos deverão ser liberados com os esforços da bancada junto ao Ministério do Planejamento ainda este ano, para que sejam tocadas as obras das unidades três e quatro de Itaquitinga. A conclusão do CIR é prioridade para o Governo do Estado", afirmou o Secretário Pedro Eurico.
Em Palmares, na Mata Sul, contará com a construção de um novo presídio, com capacidade para aproximadamente 600 presos. Ainda segundo Pedro Eurico, os recursos financeiros para a realização da obra vieram do Fundo Penitenciário Nacional, que disponibilizou, em dezembro de 2016, R$ 44,7 milhões para Pernambuco. Desse total, além dos R$ 14,5 milhões empregados na retomada da construção da segunda unidade prisional em Itaquitinga, outros R$ 10 milhões foram utilizados para retomar as obras da primeira unidade. O restante da quantia será destinado à construção de um presídio em Palmares, já que esse município na Zona da Mata Sul possui 800 detentos em uma unidade com capacidade para 80 presos. Do qual o valor restante (R$ 12,8 milhões) será voltado para a aquisição de equipamentos de segurança que ajudem a impedir a entrada de armas e outros materiais ilícitos nas unidades prisionais de todo o Estado.
Construção interrompida
Orçado inicialmente em R$ 350 milhões, o Centro Integrado de Ressocialização (CIR) teria 70% do investimento feito pela iniciativa privada e outros 30% seriam investidos pelo governo do estado. A obra tinha previsão de ser o maior complexo prisional do estado, com capacidade para abrigar 3,5 mil presos.
A construção deveria ter sido iniciada em outubro de 2009, com prazo de três anos para a conclusão. No entanto, os trabalhos só iniciaram em junho de 2010 e, em 2012, com a saída do consórcio Advance-Socializa, as obras foram interrompidas.
Obra citada em delação da Odebrecht
De acordo com relatos de Marcelo Bahia Odebrecht, Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Benedicto Júnior, registrados na petição 6.706, o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, solicitou apoio à Odebrecht em 2012 para auxiliar na construção do Centro Integrado de Ressocialização (CIR). Apesar de não haver interesse por parte da Odebrecht para participar da licitação e ingressar na obra, a empreiteira entrou no projeto através da DAG Construtora.
Na prática, foram aproximadamente quatro meses no canteiro de obras. Durante esse período, a DAG chegou a fazer uma limpeza na área e, segundo Marcelo Odebrecht, a empresa precisou sair devido a problemas 'escabrosos'.