stão internadas no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na Zona Oeste do Recife, três pessoas de uma mesma família com uma doença infecciosa nunca antes notificada em Pernambuco: a coccidioidomicose. Os pacientes, que recebem um tratamento com antifúngicos, são um pai e seus dois filhos, moradores do município de Serra Talhada, no Sertão do Pajeú, distante 415 km da capital pernambucana.
A coccidioidomicose é uma doença que pode ser confundida com pneumonia comunitária ou tuberculose pulmonar e ocasiona complicações como meningite, úlceras na pele e lesões nos ossos. Causada pelo fungo Coccidioides immitis, ela foi relatada inicialmente no sul e no oeste dos Estados Unidos (Califórnia, Texas, Utah, Novo México, Arizona e Nevada) e no México. Os primeiros casos no Brasil foram diagnosticados na década de 1990, principalmente nos estados vizinhos do Ceará e do Piauí.
A maneira mais usual de contágio é por meio da inalação do fungo em suspensão no solo seco. Além de praticarem a caça de tatus, os pacientes internados são agricultores e lidam com o manejo da terra. Segundo o Hospital das Clínicas, geralmente a doença é leve e limitada, exceto em pessoas com comprometimento da imunidade.
Pai e filhos foram encaminhados do serviço de saúde de Serra Talhada para o Hospital das Clínicas, onde a doença foi detectada através de exame laboratorial do escarro realizado pelo Departamento de Micologia da UFPE. O quadro clínico dos três pacientes é estável. Depois de receberem alta, eles deverão ser acompanhados durante vários meses pelo Ambulatório de Infectologia da unidade de saúde.