(Foto: Rádio Amaraji FM 98.5 - Amaraji PE)
Apesar da redução de 12% no número de mortes devido a acidentes com motocicletas no Estado em 2015 na relação a 2014, o custo com essa modalidade ainda é um fardo pesadíssimo para o poder público. São nada menos que R$ 917 milhões, valor que poderia manter por quatro anos o Hospital da Restauração, maior unidade de emergência do Estado. Para se ter uma ideia da dimensão dos gastos resultantes de acidentes e óbitos em duas rodas, o total que o governo emprega no combate às arboviroses (dengue, zika e chicungunha) e no tratamento dos doentes representa apenas 10% desse valor. Uma despesa que poderia ser evitada caso os condutores fossem mais prudentes e cujo valor, no atual contexto de crise econômica, poderia ser direcionado a outros serviços públicos. Das 32.881 pessoas envolvidas em acidentes com motocicletas em 2015, 719 faleceram, segundo pesquisa divulgada ontem pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). Em 2014, os acidentes tiveram 34.794 vítimas, das quais 820 vieram a óbito. Na Região Metropolitana do Recife, a redução de mortalidade foi maior que a média do Estado: 16,8%. O lugar mais perigoso para um condutor de motocicleta no Grande Recife, segundo a pesquisa, é o trecho urbano da BR-101, entre a capital e o município de Jaboatão dos Guararapes. Em segundo lugar, a rodovia PE-15, entre Olinda e Paulista. A PE-22 em Paulista, e as Avenidas Agamenon Magalhães, no Recife, e Presidente Kennedy, em Olinda, completam o ranking.
Nos municípios do interior, o cenário é mais adverso. A grande facilidade de compra e a fiscalização ainda deficiente - aliados ao pouco uso de capacete - fazem com que os entornos de cidades como Ouricuri e Petrolina, ambas no Sertão, figurem entre os que têm a maior taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes: 20,4 e 15,5, respectivamente. No Grande Recife, o número é 3,5. Para o secretário estadual de Saúde, Iran Costa, a redução no número de mortes sobre duas rodas deve-se à conjugação do aumento da fiscalização e o maior rigor da lei. "A regulamentação das cinquentinhas, em julho do ano passado, contribuiu bastante para termos uma nova realidade. Além disso, a Operação Lei Seca passou a ter um foco maior sobre motocicletas". O número de veículos abordados aumentou 10%, enquanto o total de multas por alcoolemia diminuiu em 14,7%.