(Foto: Rádio Amaraji FM 98.5 - Amaraji PE)
A conversa durou cerca de uma hora, num hotel, em Brasília, onde o ex-presidente Lula
tem recebido lideranças nos últimos dias. Na tarde da quarta-feira, um
dos convidados do líder-mor do PT foi o governador de Pernambuco, Paulo Câmara. Lula pedira ao governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, que agendasse encontro com os gestores do PSB.
Tratou, sobretudo, do dia seguinte ao processo de impeachment,
no caso de a presidente Dilma ser mantida no governo. Lula está ciente
de que precisará reerguer as pontes. E ouviu dos socialistas que eles
vão defender a tese de novas eleições na reunião da executiva nacional
na segunda-feira.
À coluna, por telefone, Paulo Câmara detalhou: "Colocamos que vamos
encampar a bandeira das novas eleições. É importante, porque,
independente do resultado, vai haver sequelas - se Dilma ficar ou se
(Michel) Temer assumir. Então, essa tese das novas eleições,
aparentemente, pode estabilizar um pouco".
A posição majoritária do partido a favor do impeachment já havia sido
antecipada a Lula e ele não tentou modificá-la. "Ele não tentou
reverter. Quer contar com a possibilidade de o partido sentar à mesa, se
o impeachment não passar", explicou o governador de Pernambuco.
Missão de Lula
Lula não fez avaliação da tese de novas eleições. "Ele colocou que
está imbuído (da tarefa) de não ter impeachment. Tem o compromisso com
Dilma de que o impeachment não passando, ela vai ter que mudar a forma
de agir e de conversar, de propor ações para o Brasil voltar a crescer
de maneira consistente", relata Paulo.