(Foto: Rádio Amaraji FM 98.5 - Amaraji PE)
Dados são da Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE. Economista diz que empresário deve ser cauteloso.
O início de 2016 está sendo difícil para o comércio pernambucano. Os
números do IBGE para o setor em janeiro dão a dimensão da crise: as
vendas tiveram queda de 11,6% em relação ao mesmo mês de 2015, pior
resultado da série histórica para os meses de janeiro. Para os
empresários, resta ser conservador, focar em redução de perdas e apostar
somente nos produtos mais procurados pelos consumidores. Os dados da
Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, divulgados ontem, mostram
que a desacelaração acumula queda de 8,7% no Estado, resultado muito
inferior aos 2,4% registrados em janeiro de 2015. O desempenho é mais
fraco do que a média nacional. De acordo com a análise do Instituto
Fecomércio, a situação se agrava quando considerado o varejo ampliado,
que inclui veículos e materiais de construção: o tombo foi de 17,5% em
relação a janeiro de 2015.
"A desaceleração econômica está fazendo com que o comércio de
Pernambuco tenha retração maior que a média nacional, isto pode ser
reflexo de uma menor confiança das famílias que enfrentam um mercado de
trabalho com taxa de desemprego superior à nacional", diz o economista
do Instituto Fecomércio, Rafael Ramos, em sua análise. No Estado, as
categorias que registram maior redução no volume de vendas foram Móveis e
eletrodomésticos (-30,5%), Equipamentos e materiais para escritório,
informática e comunicação (-14,9%), Veículos, motocicletas, partes e
peças (-31%), Material de construção (-19,7%) e Tecidos, vestuário e
calçados (-21,3%).
"Esse segmentos enfrentam um ambiente de maior restrição, devido ao
encarecimento dos juros, tendo que enfrentar uma postura mais
conservadora das famílias, que evitam endividamento de médio e longo
prazo, justamente ligados aos itens dos segmentos afetados, pois possuem
valores maiores", esclarece Ramos em sua avaliação.
FREIO
Para Rafael Ramos, diante desse quadro, os empresários precisam adotar
uma atitude conservadora em relação aos seus investimentos,
especialmente em relação à administração dos estoques. Ele orienta que
esse é o momento de reduzir as perdas e investir nos produtos que saem
mais e que têm maior margem de lucro. "O momento é de sobreviver e
esperar o retorno da confiança por parte dos consumidores", conclui. Na
semana passada, em encontro com empresários locais, a consultoria
GS&BW também fez outro alerta aos empresários: é preciso estar bem
alinhado à tecnologia e fazer busca ativa de clientes.
Jornal do Commercio