(Foto: Rádio Amaraji FM 98.5 - Amaraji PE)
Dezessete dias depois de uma rápida passagem pelo Estado, quando se reuniu com o governador Paulo Câmara e prefeitos e lançou o Plano de Enfrentamento à Microcefalia, a presidente Dilma Rousseff volta a Pernambuco. Desta vez, irá a Floresta, no Sertão, na próxima terça-feira, quando observará obras da transposição do Rio São Francisco.
O empreendimento foi alvo de uma ação da Polícia Federal, semana passada, que desbaratou um esquema de corrupção no lote dois da obra, envolvendo o consórcio formado pelas empresas OAS/Galvão/Barbosa Melo/Coesa, que recebeu R$ 680 milhões pelo trabalho. De acordo com os investigadores, os empresários utilizaram empresas de fachada para desviar cerca de R$ 200 milhões recebidos através do Ministério da Integração Nacional.
Nesta quinta-feira, Dilma recebeu o apoio de representantes de movimentos sociais, intelectuais e artistas que são contra o impeachment, mas teve de ouvir deles críticas à condução da política econômica. O grupo de cerca de 60 pessoas faz parte da chamada Frente Brasil Popular e foi um dos responsáveis por organizar as manifestações de rua que se espalharam por todo o Brasil na Quarta-feira. "Nós somos contra o golpe e a favor da democracia", disse o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile.
Na sequência, porém, ele emendou: "Mas, ao mesmo tempo, viemos dizer que nós defendemos todos os direitos dos trabalhadores e somos contra qualquer política de ajuste fiscal do governo. Por isso, criticamos o governo naquelas medidas que já foram tomadas pelo Ministério da Fazenda, como corte do seguro desemprego e da ajuda aos pescadores".
O grupo cobrou "medidas concretas" para que o País possa voltar a crescer. Questionados se a presidente havia dado algum sinal de que estava disposta a atender o pleito ou havia mencionado uma eventual substituição do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, eles desconversaram.