(Foto: Rádio Amaraji FM 98.5 - Amaraji PE)
As ameaças que se arrastam há meses parecem que irão se concretizar. Nesta quarta (2), a bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara avisou que irá votar pela continuidade do processo de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, no Conselho de Ética.
Embora viesse negando que o faria, Cunha respondeu poucas horas depois, abrindo o processo de impeachment da presidente da República Dilma Rousseff. O líder peemedebista tratou do assunto, em seu gabinete, em reuniões com deputados de PP, PSC, PMDB, DEM, PR e SD.
Ele consultou aliados e optou por acatar ao requerimento formulado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior. Também disse que não foi uma decisão fácil e que havia recebido dezenas de pedidos anteriormente.
Curiosamente, Bicudo é um dos fundadores do PT. Seu argumento principal é que as chamadas "pedaladas fiscais" do governo em 2015 infringem a lei. Desde que começou essa série de escândalos que vem expondo esquemas de corrupção dentro das estatais e atingindo figuras importantes do partido de Dilma, se fala sobre o impedimento da presidente.
Oficialmente, o rito de impeachment será por causa das pedaladas - prática de atrasar repasses a bancos públicos a fim de cumprir as metas parciais da previsão orçamentária.
Em entrevista coletiva, Cunha anunciou que será criada uma comissão especial que irá analisar o processo. "Quanto ao pedido mais comentado por vocês proferi a decisão com o acolhimento da denúncia. Ele traz a edição de decretos editados em descumprimento com a lei. Consequentemente mesmo a votação do PLN 5 não supre a irregularidade", asseverou Cunha aos repórteres.
Ainda não se sabe como ficará o pedido de impeachment contra Cunha, que é acusado de manter contas em paraísos fiscais com dinheiro que ele tem dificuldade de explicar a origem.
O mais provável é o que país testemunhará nas próximas semanas uma verdadeira "queda de braço" política, que poderá resultar na saída tanto de Cunha quanto de Dilma.