(Foto: Rádio Amaraji FM 98.5 - Amaraji PE)
Indícios de fraude na contratação de empresas prestadoras de transporte escolar para as cidades deLimoeiro, Glória do Goitá e Passira levou à deflagração da Operação Carona, ontem, pela Polícia Federal. Em ação conjunta com a Controladoria Geral da União (CGU) foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão. A suspeita é de um cartel, que pode envolver até 10 cidades, e teria movimentado R$ 50 milhões desde 2011, por meio de sublocação irregular dos serviços pelas empresas contratadas, a AR Resendes e a AG Serviços.
Dois prefeitos (os de Glória e Passira) teriam prestado depoimentos à Polícia. Pedidos de prisão contra eles, além de secretários e donos das empresas investigadas, chegaram a ser expedidos, mas foram negados pelo Tribunal Regional da 5ª Região que alegou necessidade de maiores provas, principalmente em decorrência do foro privilegiado dos mandatários. Os prefeitos também foram alvos de pedidos de condução coercitiva e afastamento do mandato, igualmente negados. O caso veio à tona a partir de uma denúncia, cujo autor chegou a sofrer um atentado de morte e estaria, hoje, no programa de atenção à testemunha.
O superintendente regional da PF em Pernambuco, Marcello Diniz Cordeiro, explica que o trabalho estará centrado, agora, na análise das provas coletadas, especialmente os contratos de licitação. As licitações eram direcionadas e as empresas ganhadoras recebiam o dinheiro e subcontratavam outras por um valor muito abaixo. Visitamos as sedes dessas duas empresas investigadas e uma delas tinha apenas dois funcionários, comentou. A investigação teve início no ano passado e foram instaurados três inquéritos.
A hipótese de se tratar de empresas de fachada não é descartada. Ele lembra que os recursos são oriundos principalmente do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE). Há casos, porém, de contratos para suprir demandas da saúde, como o transporte de enfermos. As prefeituras de Limoeiro, Glória do Goitá e Passira foram procuradas, mas a reportagem não obteve reposta.